Novembro azul: vigilância ativa é o caminho

A novidade neste Novembro Azul, dedicado ao combate do câncer de próstata, é a vigilância ativa. Estou me referindo ao monitoramento do tumor, por meio de exames e consultas constantes, para evitar ou postergar a cirurgia ou outros tratamentos invasivos. A estratégia representa um ganho precioso na qualidade de vida do paciente.

Estudos internacionais mostram que, atualmente, o método é utilizado entre 30% e 40% dos casos da doença no mundo. Pesquisas indicam que metade dos pacientes em vigilância ativa não precisa ser tratada ao longo de 15 anos. Todas as tumorações têm uma gradação de agressividade medida pela Escala Gleason, que vai de 1 a 5. Com isso, a cirurgia tende a ser muito menos indicada hoje do que foi há dez anos.

 

Como é feito o monitoramento?

Nesta fase do acompanhamento, os procedimentos periódicos são o exame de toque retal e dosagem de PSA a cada 3 meses; biópsia depois de um ano; e ressonância magnética. Assim, é possível conduzir os casos de menor agressividade sem impor ao paciente o risco das sequelas de uma cirurgia de retirada total da próstata.

É bom destacar que se houver mudança no comportamento do tumor nos homens em vigilância ativa, o tratamento convencional deve ser iniciado imediatamente, sem qualquer prejuízo às chances de cura. Atenção: somente o médico pode indicar, acompanhar e suspender a vigilância ativa. O câncer de próstata continua sendo a neoplasia mais comum e a segunda maior causa de óbito oncológico entre os homens.

 

Diagnóstico precoce é essencial

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estimou em pouco mais de 68.220 o número de casos novos da doença no Brasil, a cada ano, no biênio 2018-2019. Trata-se, portanto, do tipo de tumor de maior incidência na população masculina (excetuando-se o câncer de pele não melanoma) em todas as regiões do País. E a regra básica permanece: quanto mais cedo for diagnosticada a doença, maiores são a chances de cura, hoje em torno de 90%.

A boa notícia da adoção da vigilância ativa em relação aos tumores indolentes não deve, de forma alguma, nos fazer relaxar quanto     às estratégias de rastreamento da doença. Diagnóstico precoce é essencial no combate ao câncer. Homens com idade a partir de 50 anos devem procurar o urologista anualmente para fazer os exames de toque e PSA. Pacientes negros – mais suscetíveis à doença – e os que têm histórico familiar de tumor de próstata devem fazer consultas a partir de 45 anos.

 

As dúvidas mais comuns no consultório

1 – O PSA aumentado é sinal de câncer de próstata?

Não. O antígeno prostático pode apresentar alterações em várias situações que não o câncer, como a hiperplasia benigna da próstata, prostatite (uma inflamação) e trauma. O inverso também ocorre – pacientes com câncer podem ter níveis baixos de PSA. Daí, a importância do exame de toque retal.

2 – Por que é necessário o toque retal?

A finalidade é detectar qualquer alteração na próstata (endurecimento, nódulos) que possa indicar a presença do câncer. É rápido e apenas um pouco desconfortável. O toque não interfere na masculinidade de ninguém.

3 – O câncer de próstata é uma doença de idosos?

Apesar de o risco aumentar significativamente depois dos 50 anos, cerca de 20% dos casos são diagnosticados em homens abaixo desta idade. Antes dos 40 anos, a doença é rara.

 

4 – O sedentarismo aumenta o risco da doença?

Sedentarismo e obesidade estão relacionados a mudanças metabólicas que podem levar a alterações moleculares responsáveis pelo câncer. A atividade física regular tem um papel relevante na prevenção e no tratamento porque fortalece o sistema imunológico, previne a obesidade, reduz o estresse e modula os níveis hormonais.

 

5 – Hereditariedade e ser negro contam como fatores de risco? 

Sim. Um parente de primeiro grau com a doença duplica sua chance. Dois familiares com a doença aumenta o risco ainda mais de desenvolver câncer. Os homens negros têm risco aumentado de ter câncer de próstata, e a taxa de mortalidade é três vezes mais alta.

 

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