Incontinência urinária: risco para a autoestima

Muito mais prevalente entre as mulheres – a proporção é de nove para um, em relação aos homens -, a incontinência urinária causa grandes estragos na qualidade de vida, na autoestima e até na saúde mental. A situação é socialmente desagradável, e o paciente, muitas vezes, se sente diminuído, gerando ansiedade e até depressão. A boa notícia é que incontinência tem cura. Neste post, vamos esclarecer todas as dúvidas sobre esse mal que causa tanto constrangimento. 

A perda involuntária de urina tem níveis de gravidade. Em alguns casos, a pessoa não consegue segurar a urina ao fazer esforços simples como tossir ou espirrar. Em outros, a vontade é tão súbita e forte que não dá tempo de chegar a um banheiro. A incontinência urinária atinge 10 milhões de brasileiros de todas as faixas etárias, mas é mais comum na velhice.

Um complicador é que essa condição aumenta a chance de infeção urinária. Nos homens, a incontinência é geralmente causada por problemas de disfunção da bexiga ou surge como sequela da retirada total da próstata. Também tem cura, e no caso da população masculina, a opção pela cirurgia é mais frequente. Uma das intervenções mais indicadas é a colocação de um esfíncter artificial – uma espécie de anel em torno da uretra para criar uma compressão que ajuda a conter a urina.

 

Conheça os tipos mais comuns

1 – De esforço

A incontinência de esforço ocorre quando a pessoa não tem força muscular pélvica suficiente para reter a urina. Isso significa que haverá perda indesejada ao espirrar, tossir, rir, levantar peso, subir escadas, fazer atividades físicas, mudar de posição ou realizar algo que põe abexiga sob pressão ou estresse.

2 – De urgência

Neste caso, o desejo de urinar é tão forte que apessoa não consegue chegar ao banheiro a tempo. Isso pode ocorrer mesmo quando há apenas uma pequena quantidade de urina na bexiga. A Síndrome da Bexiga Hiperativa é a principal causa da incontinência de urgência. Em breve,trataremos do assunto no nosso blog.

3 – Por transbordamento

Este tipo de incontinência ocorre quando a bexiga está sempre cheia, ocorrendo vazamentos. Também acontece se a bexiga não se esvaziar completamente, o que leva ao gotejamento.

4 – Funcional

Ocorre quando existe um mau funcionamento da musculatura da bexiga ( Detrusor); expulsando a urina da bexiga de forma inadequada.

5 – Mista

Em alguns casos, os sintomas de cada tipo de incontinência urinária podem se misturar, criando a chamada incontinência mista.

 

Quais são os fatores de risco?

A probabilidade de ter incontinência aumenta coma idade. Cerca de três ou quatro em cada 10 mulheres na meia-idade e mais velhas relatam ter o problema. A população feminina branca tem maior propensão a incontinência de esforço em comparação às mulheres afro-americanas e asiáticas.

A obesidade é outro fator de risco importante,porque o peso extra aumenta a pressão sobre a bexiga. Doenças neurológicas também elevam a probabilidade de desenvolver a incontinência, assim como o diabetes.

 

Tratamento: da fisioterapia à cirurgia

O tratamento da incontinência urinária depende do tipo, da gravidade e da causa subjacente. Pode ser necessária uma combinação de terapias. Para mulheres mais jovens, por exemplo, a equipe médica pode sugerir, inicialmente, tratamentos menos invasivos, como a fisioterapia. Se as primeiras tentativas falharem, outras opções passam a ser consideradas, até que se chegue à cirurgia, em geral indicada para as pacientes mais velhas.

Os Exercícios de Kegel são um conjunto de atividades fisioterápicas, criados há cerca de 30 anos. Este foi um dos primeiros métodos de tratamento eficiente da incontinência urinária. São exercícios específicos para fortalecer a musculatura perineal e as estruturas do assoalho pélvico. Com eles, é possível melhorar o funcionamento da bexiga.

 

As 09 dúvidas mais comuns:

1. A incontinência acontece só em mulheres.

MITO – Homens e até crianças podem ser afetados. A população masculina mais predisposta é a que possui alterações na próstata ou precisou retirá-la. Já as crianças sofrem com o problema quando são vítimas de estresse ou graves alterações no funcionamento da bexiga.

2. Quem tem incontinência terá que praticar exercícios sempre.

VERDADE – Se o paciente realizar fisioterapia,usar remédios ou for submetido a cirurgia, a única forma de garantir os resultados é manter o fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico, fazendo os Exercícios de Kegel pelo menos uma vez por semana.

3. A incontinência não tem cura.

MITO – Há técnicas de fisioterapia e aparelhos como Biofeedback e eletroestimulação que são capazes de curar ou, no mínimo, melhorar em mais de 70% a perda da urina. Além disso, há medicamentos e a intervenção cirúrgica.

4. Sempre ocorre incontinência na gravidez.

MITO – Mulheres jovens e que nunca engravidaram também podem ter dificuldade para controlar a urina. Mas é verdade que a prevalência do transtorno é maior no final da gravidez, no pós-parto ou na menopausa.

5. Estresse piora a incontinência.

VERDADE – Situações estressantes podem dificultar o controle da urina e quem sofre de incontinência deve evitá-las.

6. A cirurgia é a única solução.

MITO – Em mais da metade dos casos, os sintomas da incontinência voltam cinco anos depois da realização da cirurgia.Assim, fica evidenciada a necessidade de realizar fisioterapia antes e depois da cirurgia, além de manter os exercícios pelo menos uma vez por semana até o fim da vida.

7. Deixar escapar urina de vez em quando não é incontinência.

MITO – A incontinência tem diversos graus de intensidade, mas não conseguir segurar a urina quando se está muito‘apertado’ já indica alguma dificuldade de contrair os músculos do assoalho pélvico. Por isso, mesmo que só apareçam pequenas gotinhas de urina uma ou duas vezes ao dia, já existe a necessidade de procurar um urologista.

08. Somente o parto normal causa incontinência.

MITO – Tanto o parto normal quanto a cesariana podem causar incontinência urinária. O problema também pode ocorrer quando há necessidade de indução do parto, o bebê demora muito para nascer outem mais que 4 kg. 

09 – Absorventes têm que ser sempre usados.

MITO –Se as terapias forem bem sucedidas, produtos do tipo podem ser dispensados.Além disso, durante o tratamento, os absorventes podem ser substituídos por roupas íntimas especiais para incontinência, que conseguem absorver quantidades pequenas a moderadas de urina, neutralizando o odor desagradável.

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