O Verão chegou e, com ele, cabe um alerta importante: alguns estudos apontam um aumento de até 10% no atendimento de casos de cálculo renal nesta época do ano. A explicação é simples. Com a elevação da temperatura, principalmente em locais de muita umidade, como Salvador, há maior perda de líquidos pelo suor. Na ausência de uma reposição adequada, pode haver uma concentração de resíduos metabólicos na urina , o que aumenta o risco da formação de cálculos.

Como você sabe, a ingestão de líquidos em abundância é uma das principais recomendações para a prevenção do problema, e a orientação deve ser ainda mais respeitada nos meses quentes do Verão. Os cálculos renais, popularmente conhecidos como pedras nos rins, são grupamentos de cristais  capazes de provocar intensa dor ao transitarem no trato urinário. É um problema comum, com mais de 150 mil casos por ano registrados no Brasil.  

Fique de olho na cor da urina

Você já deve ter lido ou ouvido que o ideal é ingerir cerca de 2 litros de água por dia. Trata-se de uma orientação popularizada e até mesmo consolidada na cabeça das pessoas, mas pouco se esclarece que é importante checar o bom funcionamento dos rins, verificando a quantidade de líquido eliminado em forma de urina. Isso torna-se ainda mais fundamental no Verão, quando o risco de desidratação é maior. 

Ou seja, é necessário observar se você está urinando na quantidade devida. Uma dica muito simples pode ajudar a obter esta informação: fique de olho na coloração da urina. Se, ao ser eliminada, ela estiver bem clara, significa que a hidratação do organismo vem sendo feita corretamente. Se a urina tiver cor amarelo forte, é preciso aumentar a ingestão de líquidos.

Os tipos mais frequentes

Os chamados cálculos de oxalato e fosfato de cálcio são os mais comuns. Ocorrem mais frequentemente em homens do que em mulheres, e costumam surgir entre 20 e 30 anos. Tendem a reaparecer após tratamento. Algumas doenças do intestino delgado e distúrbios metabólicos aumentam o risco de formação deste tipo de pedra.

Já os cálculos de ácido úrico correspondem a 5% de todos os cálculos renais tratados. Formam-se em pacientes com taxas muito elevadas de ácido úrico, e também são mais frequentes em homens do que em mulheres. Dietas ricas em proteína e fatores genéticos podem contribuir para o surgimento deste tipo de cálculo renal.

Conheça os principais sintomas

Em geral, cálculos localizados dentro do rim são poucos sintomáticos. Os sinais de que há algo errado surgem principalmente quando as pedras se movimentam para sair do rim e acabam obstruindo o ureter ( canal que leva a urina à bexiga). Veja quais são eles:

• Dor lombar intensa, em cólica, que pode irradiar para flanco, abdome inferior e região genital (vulva ou testículo).
• Náuseas e vômitos
• Desejo aumentado de urinar, mas com micção escassa
• Sangue na urina

Nove alertas sobre o tema

• Sucos de laranja e limão são boas fontes de citrato, que impede a agregação dos cristais, mas atenção: estes sucos trazem o risco da ingesta aumentada de açúcares. Importante buscar orientação médica e nutricional para saber que tipo de líquido pode ser ingerido em abundância, além da água.
• No Verão, as pessoas costumam aumentar a ingestão de produtos industrializados e ricos em sódio (sal), facilitando ainda mais o surgimento de cálculos. Evite-os e procure manter uma alimentação saudável.
• Um alerta para a população masculina: o cálculo renal atinge duas vezes mais homens que mulheres.
• A chance de reincidência da doença é grande – metade dos pacientes volta a ter os cálculos. Fazer acompanhamento médico constante previne as recidivas.
• Ingestão exagerada de bebida alcoólica, outro hábito associado ao Verão, pode levar à desidratação e à elevação do ácido úrico, fator que favorece a formação dos cálculos.
• Histórico familiar conta. Se alguém da sua família já teve pedra nos rins, as chances de você desenvolvê-las são maiores.