Apesar de pouco conhecida, a bexiga hiperativa é um problema relativamente comum. É um distúrbio provocado pela contração involuntária da musculatura da bexiga (detrusor).
Ela é caracterizada pela associação de alguns sintomas: a urgência urinária, o aumento de frequência. Não há necessariamente o surgimento de uma incontinência urinária.
Antes de chegar ao diagnóstico do distúrbio, é preciso que o urologista afaste as suspeitas de infecção urinária, condições metabólicas ou outras doenças que podem ter sintomas parecidos com a bexiga hiperativa.
Entendendo o problema
A bexiga é um órgão oco, que possui um revestimento muscular que chamamos de músculo detrusor. Ele é controlado por fibras nervosas oriundas da medula espinhal e relaxa para acomodar a urina quando a bexiga está em processo de enchimento. Para expulsar a urina, há uma contração desse músculo.
É o Sistema Nervoso Central juntamente com o músculo detrusor que condenam o enchimento e esvaziamento normal da bexiga. Assim, quando a bexiga está enchendo, o sistema nervoso central emite sinais ao músculo detrusor, para que ele relaxe e facilite a acomodação da urina. Caso contrário, haveria um aumento de pressão dentro da bexiga.
Quando a bexiga chega a capacidade de 150-200ml de urina, ela começa a emitir sinais para que o sistema nervoso central reconheça um aumento do volume urinário da bexiga. É nesse momento que você começa a sentir a vontade de urinar.
Porém, você ainda tem a capacidade de segurar a urina por um tempo, caso o momento não seja adequado para ir ao banheiro. Isso acontece devido à capacidade de inibição do ato miccional.
No caso da bexiga hiperativa, há uma deficiência no funcionamento do músculo detrusor. Isso provoca um aumento na frequência miccional, urgência de urinar e em alguns casos incontinência urinária.
Sintomas
- Urgência de urinar
- Aumento da frequência de micção
Fatores de risco
Indivíduos acima de 60 anos, diabéticos, hiperplasia prostática e doenças neurológicas são fatores de riscos.
Diagnóstico
O primeiro passo para o diagnóstico da bexiga hiperativa é avaliar se o paciente apresenta alguns dos sintomas citados acima. Além do exame clínico, podemos solicitar o ultrassom das vias urinárias com resíduo miccional, diário miccional e estudo urodinâmico.
Tratamento
Segundo a Associação Americana de Urologia, o tratamento da bexiga hiperativa é dividido em 3 modalidades: terapia comportamental, medicamentos ou cirurgia. A escolha da modalidade vai depender de cada paciente e da intensidade dos sintomas que ele apresenta.
Porém, uma combinação entre medicamentos e a terapia comportamental apresenta um grande índice de eficiência. Assim, a cirurgia é mais rara e restrita apenas aos casos que apresentam maiores dificuldades de controle.
Terapia comportamental: medidas comportamentais, que incluem um treinamento vesical, estratégias de controle da ingestão de líquidos e treinamento dos músculos do assoalho pélvico.
Medicamentos: prescrição de medicamentos antimuscarínicos e o agonista beta 3, geralmente em associação com a terapia comportamental.
Cirurgia: geralmente reservado aos casos mais graves, com o objetivo de aumentar a capacidade da bexiga, utilizando segmentos do intestino.