Andropausa realmente existe?

Nos últimos anos, tem sido utilizado o termo andropausa para se referir à Disfunção Androgênica do Envelhecimento Masculino (DAEM), mas trata-se muito mais de um modismo do que de uma denominação estritamente científica. Na verdade, a adoção do termo é fruto de uma má comparação com a menopausa.

Observe que a diferença entre as duas situações – inevitáveis diante do envelhecimento tanto feminino quanto masculino – é muito grande. Na mulher, a falência hormonal é abrupta, ocorrendo em dois ou três anos, às vezes até menos. Já nos homens, há uma redução progressiva de testosterona, e não uma queda vertiginosa.

Toda mulher sabe que, entre 45 e 55 anos, vai ocorrer uma mudança súbita na sua vida. No caso dos homens, não há uma faixa etária tão definida para o declínio hormonal, e isso ocorre, como já foi dito, de forma muito mais lenta. Feita a diferenciação necessária, vamos tratar agora das alterações trazidas com o envelhecimento masculino e a consequente queda na produção de testosterona.

Fatores desencadeantes

Como já explicamos, a transição dos homens pode ser bem mais gradual e se estender por décadas. Os níveis hormonais começam a cair a partir dos 35 anos, mas apenas na velhice a redução se intensifica. Por isso, é relativamente comum que homens com mais de 60 anos se tornem pais. Ao contrário das mulheres, eles ainda dispõem de hormônio sexual suficiente para a reprodução.

Agora, é bom ficar atento: estresse, excesso de álcool, tabagismo, acidentes, cirurgias, determinadas medicações e infecções podem desencadear sintomas da chamada andropausa, que nem todo homem sentirá. Com a idade, o declínio nos níveis de testosterona vai ocorrer praticamente em toda a população masculina, mas não há maneira de prever quem vai apresentar sintomatologia com intensidade suficiente para procurar ajuda médica.

A importância da testosterona

Mulheres também têm – em quantidades menores -, mas, nos homens, a testosterona é o principal hormônio sexual. O senso comum costuma relacioná-lo à libido, mas sua função não é apenas esta. A testosterona colabora na sensação de bem-estar, ajuda na manutenção da massa muscular e óssea e na formação de glóbulos vermelhos.

Se a produção do chamado hormônio masculino cair demais , os efeitos serão significativos: queda na libido, disfunção erétil, acúmulo de gordura na região abdominal e até depressão. Estes são alguns dos principais sintomas da falta de testosterona. Confira outros:

  • Queda de energia vital
  • Fadiga excessiva
  • Alterações repentinas de humor
  • Sentimento frequente de tristeza
  • Ausência de ereções espontâneas pela manhã
  • Diminuição de pelos e massa muscular
  • Redução na capacidade de concentração e problemas de memória

Ausência ou índices muito baixos de testosterona também podem causar problemas sérios ao organismo. Veja:

  • Colesterol alto
  • Diabetes
  • Anemia
  • Osteoporose
  • Obesidade
  • Hipertensão

Quando fazer a reposição

É importante lembrar que a maior parte dos homens apresenta apenas alguns dos sintomas listados, que podem afetar de 15% a 20% dos indivíduos a partir dos 50 anos. A reposição hormonal masculina é necessária quando há níveis baixos de testosterona total (dosada em exame laboratorial de sangue) associados aos sintomas descritos pelo paciente. 

Lembre-se: apenas um médico pode diagnosticar a chamada andropausa e recomendar a reposição de testosterona. Trata-se de uma opção concreta, a ser levada em conta, mas ela não deve jamais se transformar, aos olhos do paciente, em uma espécie de resgate da juventude perdida. A reposição pode ser feita de duas formas: via muscular (uma injeção a cada três meses) – em geral, a opção mais aceita por uma questão de praticidade – ou com  gel usado sobre a pele, diariamente. 

Dúvidas frequentes

1 – Por quanto tempo a reposição pode ser feita?

A exemplo do que ocorre com as mulheres, esse tipo de terapia pode ser empregada a longo prazo.

2 – Quem faz reposição de testosterona tem maior risco de desenvolver câncer?

Há algum tempo, havia a preocupação de que a reposição hormonal de testosterona pudesse aumentar as chances de câncer de próstata. Publicações recentes, entretanto, refutam esta tese.

3 – Quando a reposição é contra-indicada?

A reposição é contra-indicada em pacientes que tenham diabetes mal controlado, trombofilia (facilidade de formar trombos e, por consequência, maior propensão à trombose) e policitemia (aumento dos glóbulos vermelhos), entre outros.

4 – Quem teve câncer de próstata pode repor testosterona?

Ainda há controvérsias sobre a indicação da terapia hormonal para estes pacientes.

5 – Além da reposição, o que mais ajuda os homens na andropausa?

É fundamental manter hábitos saudáveis de vida: ter uma dieta equilibrada e variada, fazer exercício pelo menos três vezes por semana, dormir de sete a oito horas, deixar o tabagismo, além de evitar estresse e bebida alcoólica em excesso. Nos casos mais severos, em que o homem apresenta sinais de grande sofrimento psíquico, também pode ser necessário fazer psicoterapia ou iniciar o uso de antidepressivos, a critério do médico psiquiatra. 

Compartilhe essa postagem!

Facebook
Twitter
WhatsApp

Procurando atendimento urológico em Salvador?

Conheça a clínica de urologia referência em Salvador, Bahia.