Infecção do trato urinário baixo (bexiga e uretra) é um quadro clínico muito frequente em mulheres devido às características anatômicas. A uretra feminina, além de muito mais curta do que a masculina, está mais próxima do orifício anal. E a cistite, em geral, é causada pela bactéria Escherichia coli, presente no intestino e importante para a digestão, porém nociva ao trato urinário.
Quando penetra pela uretra e se multiplica na bexiga, o agente infeccioso causa a cistite. Pelas questões já abordadas, a doença é mais prevalente nas mulheres a partir do início da atividade sexual. No entanto, é importante destacar que o sexo não é causador da infecção na bexiga. Mesmo durante a gravidez e na menopausa, é alta a incidência de cistite devido às alterações no PH vaginal.
Estima-se que 50% a 80% das mulheres terão pelo menos um episódio de cistite ao longo da vida. De 20% a 50% das pacientes diagnosticadas poderão apresentar infecção do trato urinário de repetição, caracterizada quando há três ou quatro casos de cistite em um ano. Isto ocorre porque a bactéria encontra facilidade de adesão à mucosa de algumas mulheres, e o mecanismo de defesa é driblado por esta circunstância.
Prevalência entre os homens
Cistites são menos frequentes nos homens porque a uretra é mais longa e o orifício por onde sai a urina fica distante e, portanto, mais protegido dos germes que existem na região anal. Mas há situações específicas nas quais a prevalência de infecção masculina aumenta: nos meninos com má formação do trato urinário ou com balanite de repetição e nos homens com idade superior a 60 anos, que têm hiperplasia (aumento) da próstata.
Tratamento:
Toda cistite infecciosa deve ser tratada com antibióticos e, portanto, é necessário procurar um médico urologista, que vai pedir uma urocultura para identificar o agente infeccioso. Usar o medicamento prescrito pelo tempo determinado é fundamental para a cura, mesmo que os sintomas desapareçam com as primeiras doses.
Confira os sintomas e sinais de alerta
* Necessidade urgente e frequente de urinar
* Pequena eliminação de urina em cada micção
* Ardor durante a micção
* Dores na bexiga, nas costas e no baixo ventre
* Em crianças pequenas, apenas febre
* Febre
* Urina turva com cheiro intenso e desagradável
* Vontade de urinar mesmo com a bexiga vazia
* Sangue na urina nos casos mais graves
É possível prevenir a doença?
O principal mecanismo de defesa do organismo contra as cistites é natural: manter um bom fluxo de urina. Portanto, beber pouca água e deixar a bexiga cheia muito tempo são fatores de risco para infecções urinárias. Beba bastante água para manter a cor da urina num tom claro.
No caso das mulheres em período menstrual, trocar o absorvente com frequência ajuda. Urinar imediatamente após a relação sexual também, contribui para a redução do risco. Outra boa atitude é higienizar, após a evacuação no sentindo de diante para trás, evitando a contaminação do trato urinário. Evite roupas íntimas muito justas ou que retenham calor e umidade, porque facilitam a proliferação das bactérias.
E se a cistite voltar?
Se os sintomas voltarem após o tratamento, retorne ao médico. Você pode precisar de um tipo diferente de medicamento. Lembre-se que é recomendado aos pacientes que tiveram uma infecção recente controlar a cistite mesmo após a cura, fazendo exame de urina algum tempo depois do uso dos remédios.
A imunoterapia ou ‘vacina’ via oral também é uma opção a ser considerada nos casos de cistite de repetição. O urologista é o médico mais indicado para avaliar de maneira global os casos da doença recorrente, e prescrever o tratamento mais apropriado. Lembre-se: buscar ajuda profissional é fundamental para evitar que a infecção se espalhe até os rins.