Quando decidem não mais ter filhos, os homens costumam alimentar muitas dúvidas em relação à vasectomia. Não é à toa: a cirurgia de esterilização masculina é cercada de tabus, desinformação e medo. Logo de início, é importante destacar a principal regra para a adoção do procedimento: a vasectomia só é indicada para quem tem idade superior a 30 anos e mais de um filho ou em casos excepcionais.
Trata-se de uma cirurgia simples, que dura cerca de 20 minutos e é realizada com anestesia local, em hospital-dia. De que forma a intervenção impede o homem de gerar filhos? A vasectomia interrompe a circulação dos espermatozoides produzidos pelos testículos e conduzidos através do epidídimo (tubo em forma de novelo localizado na parte superior dos testículos) para os canais deferentes que desembocam na uretra. Essa interrupção ocorre porque, na cirurgia, os dois canais deferentes são seccionados.
Trata-se de um método de contracepção muito seguro. Outra boa notícia é que o pós-operatório raramente traz complicações. O homem pode voltar a ter relações sexuais em torno de 24 a 48 horas após o procedimento, a depender do nível de conforto.
Neste artigo, vamos esclarecer as principais dúvidas, listando o que é mito e o que é verdade sobre a vasectomia. Confira a seguir.
1 – Vasectomia causa impotência
MITO – A vasectomia torna o homem estéril, mas não interfere na produção de hormônios masculinos nem no seu desempenho sexual. O procedimento é feito em uma região muito distante, do ponto de vista anatômico, dos nervos e artérias responsáveis pela ereção. A vasectomia também não interfere no libido ou em qualquer função sexual.
2 – A ejaculação dos homens vasectomizados fica comprometida
MITO – A maior parte do volume ejaculado é proveniente da próstata. Portanto, após a vasectomia, a variação do volume de ejaculação é mínima, imperceptível ao olho humano.
3 – É uma cirurgia complicada
MITO – Como explicamos no início deste artigo, a vasectomia é um procedimento cirúrgico urológico relativamente simples.
4 – Cirurgia é reversível
VERDADE – Mas atenção: o tempo recomendável para a reversão é de até cinco anos. A partir daí, aumentam muito as chances de não funcionar. Além disso, a cirurgia de reversão é muito mais complicada que a vasectomia.
5 – Existe ligação entre vasectomia e câncer de próstata
MITO – Esta foi uma preocupação quando a cirurgia começou a ser feita, mas não há provas científicas que liguem a vasectomia a qualquer tipo de câncer, inclusive o de próstata. Ao contrário, grandes estudos evidenciam que esta relação inexiste.
6 – A cirurgia modifica ou prejudica o pênis
MITO – Como é uma cirurgia realizada no escroto, em nada interfere no pênis e em sua função.
7 – Os espermatozoides continuam sendo produzidos
VERDADE – Eles continuam sendo produzidos normalmente e seguem o curso do canal até alcançar o bloqueio imposto pela vasectomia. Quando não passam pela ‘barreira’, os espermatozoides morrem e são absorvidos pelo corpo.
8 – Vasectomia é como a castração
MITO – A cirurgia não envolve a retirada de nenhum testículo.
9 – É possível engravidar a mulher após a vasectomia
VERDADE – Por algumas semanas após o procedimento, ainda existem espermatozoides no sêmen, porque eles ficam ao longo do canal deferente e vão sendo eliminados nas ejaculações.
10 – É preciso fazer espermograma antes de eliminar métodos contraceptivos
VERDADE – Algumas semanas depois da vasectomia, é realizado o espermograma para checar a ausência de espermatozoides no volume ejaculado e o sucesso do procedimento. Até o resultado do exame, ainda será preciso usar preservativo e anticoncepcional.
